Entenda as principais características de cada tecnologia médica e suas indicações!
Os avanços, desafios e inovações fazem parte da rotina de diversos profissionais da área da saúde, como, por exemplo, dos cirurgiões torácicos, que trabalham com as principais abordagens e tecnologias médicas da atualidade, como a cirurgia por vídeo (VATS) e a cirurgia robótica (RATS).
Ambas as tecnologias têm se destacado nas escolhas médicas por minimizarem o impacto fisiológico das operações, proporcionando uma recuperação mais rápida e menos dor aos pacientes.
A evolução das técnicas cirúrgicas nas últimas décadas resultou em melhores prognósticos e na redução da mortalidade de pacientes com variadas condições torácicas, como câncer de pulmão, doença pulmonar obstrutiva crônica, derrame pleural, lesões torácicas, entre outras.
Aqui, vamos explicar as principais características e indicações das duas abordagens minimamente invasivas que revolucionaram a cirurgia torácica: a Cirurgia Torácica Videoassistida (VATS) e a Cirurgia Torácica Robótica (RATS). Confira!
Principais características das cirurgias VATS e RATS
As cirurgias VATS e RATS são, sem dúvida, um avanço que merece ser celebrado na medicina. Os procedimentos são conduzidos pelos cirurgiões torácicos com o apoio de tecnologia de ponta, garantindo mais conforto ao paciente e excelentes resultados.
A cada ano, os procedimentos cirúrgicos vêm se tornando mais precisos e eficientes, graças ao desenvolvimento e aprimoramento contínuo das tecnologias médicas e do treinamento dos cirurgiões para usar equipamentos e instrumentos cirúrgicos avançados, como toracoscópios, monitores de alta resolução HD e dispositivos robóticos.
Tanto a VATS quanto a RATS são cirurgias com extrema precisão e boa amplitude de movimentos para os cirurgiões torácicos, o que permite acessar áreas complexas com pequenas incisões.
As técnicas apresentam algumas diferenças significativas em termos de tecnologia, aplicabilidade e custo. Veja abaixo algumas especificidades!
A revolução da cirurgia minimamente invasiva
A VATS foi introduzida como uma alternativa menos invasiva à cirurgia torácica aberta, utilizando instrumentos rígidos e visualização bidimensional para realizar procedimentos como lobectomias e ressecções pulmonares.
Antes do advento da Cirurgia Torácica Videoassistida (VATS), a cirurgia torácica aberta era realizada através de uma abordagem invasiva, que envolvia grandes incisões intercostais para acessar a cavidade torácica.
Esse método exigia a separação das costelas ou, em alguns casos, a ressecção parcial delas, o que frequentemente resultava em dor intensa no pós-operatório, maior perda sanguínea e um período prolongado de recuperação.
A visualização direta do campo cirúrgico dependia exclusivamente da linha de visão do cirurgião, sem o auxílio de tecnologia de ampliação ou câmera, tornando o procedimento mais desafiador e limitando a precisão em manobras delicadas.
Além disso, as intervenções abertas eram conduzidas com instrumentos tradicionais, o que aumentava o risco de complicações e a necessidade de longos períodos de internação.
Do mesmo modo, a RATS também representou um avanço importante, sendo mais recente que a VATS. A abordagem incorporou a tecnologia robótica e superou até mesmo algumas limitações da VATS, como a rigidez dos instrumentos e a ausência da visão tridimensional.
Com braços robóticos articulados e imagens de alta definição, a RATS passou a oferecer maior precisão e destreza durante as intervenções cirúrgicas, representando um marco e uma verdadeira revolução para a cirurgia torácica.
Diferenças técnicas e operacionais
Vamos ver agora as diferenças práticas entre a cirurgia por vídeo (VATS) e a cirurgia robótica (VATS):
Visualização e instrumentação
A VATS utiliza câmeras bidimensionais, o que pode limitar a percepção de profundidade do cirurgião.
Já a RATS oferece visão tridimensional em alta definição, permitindo maior precisão na manipulação de estruturas delicadas.
Os instrumentos rígidos da VATS contrastam com os braços robóticos da RATS, que possuem articulações com amplitude de até 270°, facilitando movimentos mais complexos.
Aplicações clínicas
Embora ambas as técnicas sejam eficazes para ressecções pulmonares, a RATS é frequentemente preferida para procedimentos que requerem suturas complexas, como broncoplastias e angioplastias pulmonares.
A VATS, por sua vez, é amplamente utilizada em ressecções mais simples devido ao menor custo do procedimento.
Impactos no paciente e desempenho clínico
Estudos comparativos mostram que tanto a VATS quanto a RATS apresentam taxas semelhantes de complicações perioperatórias, como pneumotórax e infecções.
No entanto, a RATS demonstra uma taxa de conversão para toracotomia significativamente menor, refletindo sua superioridade técnica em casos desafiadores.
Tempo de cirurgia e internação
Em geral, os tempos de cirurgia e internação são comparáveis entre as duas técnicas.
A RATS pode demandar um tempo cirúrgico levemente superior devido à configuração inicial do robô.
Em contrapartida, o tempo médio de internação para ambas as técnicas é reduzido em comparação à cirurgia aberta, promovendo uma recuperação mais rápida e segura para o paciente.
É importante considerar que o tempo reduzido de internação é uma proteção, pois reduz as chances de infecção por permanência em ambiente hospitalar.
Além disso, para os pacientes é um verdadeiro alívio receber a alta hospitalar o mais rapidamente possível e dar continuidade ao tratamento em casa.
Gestão da dor
A dor pós-operatória é reduzida em ambas as técnicas minimamente invasivas.
Pacientes submetidos à RATS frequentemente relatam menor intensidade de dor nos primeiros dias após o procedimento, possivelmente devido a maior precisão dos movimentos robóticos.
Custo e acessibilidade
A RATS apresenta custos mais elevados em comparação à VATS, devido ao investimento inicial em equipamentos robóticos e à manutenção contínua.
Em países emergentes, como o Brasil, o custo elevado pode limitar a adoção da RATS em larga escala.
Viabilidade em diferentes contextos
Apesar de seu custo elevado, a RATS pode ser mais econômica em longo prazo para pacientes com casos complexos, devido à redução de complicações e reinternações.
Por outro lado, a VATS continua sendo a escolha preferida em muitos hospitais devido à sua acessibilidade e eficácia comprovada.
VATS e RATS são extremamente eficientes
A VATS e a RATS são técnicas complementares que transformaram a abordagem da cirurgia torácica, reduzindo a morbidade associada à toracotomia aberta.
Enquanto a VATS é amplamente utilizada por sua simplicidade e custo mais acessível, a RATS se destaca como uma ferramenta inovadora, que eleva os padrões da cirurgia minimamente invasiva.
A escolha de cada abordagem deve ser individualizada, considerando fatores como complexidade do caso, custo e experiência da equipe médica.
VATS e RATS no tratamento do câncer de pulmão
O câncer de pulmão é uma das neoplasias mais letais em todo o mundo, contabilizando cerca de 1,6 milhão de óbitos anualmente.
Desse total, aproximadamente 85% dos casos correspondem ao subtipo histológico carcinoma de pulmão de células não pequenas (NSCLC), com predomínio dos tipos adenocarcinoma (LUAD) e carcinoma de células escamosas (LUSC).
Fatores como tabagismo e predisposição genética estão entre as principais causas do surgimento e desenvolvimento desse tipo de câncer.
Para fins de tratamento, a cirurgia tem papel fundamental, principalmente em estágios iniciais, apresentando melhores taxas de sobrevida em longo prazo quando comparada a outras modalidades terapêuticas, como a quimioterapia e a radioterapia isoladas.
Nos últimos anos, a cirurgia minimamente invasiva passou a ocupar posição de destaque no tratamento do câncer de pulmão devido aos resultados superiores, menor tempo de internação hospitalar, menos dor pós-operatória e uma reabilitação mais rápida.
Tanto a cirurgia torácica videoassistida (VATS, do inglês Video-Assisted Thoracic Surgery) quanto a cirurgia torácica robótica (RATS, do inglês Robot-Assisted Thoracic Surgery) permitem a ressecção de lesões pulmonares, lobectomias e até pneumectomias, oferecendo menor morbidade em comparação com as técnicas tradicionais abertas.
As cirurgias minimamente invasivas reduzem o trauma cirúrgico ao utilizarem um acesso mais restrito, no qual câmeras e instrumentos especializados são inseridos por pequenas incisões.
Esse método diminui a agressão ao tecido pulmonar e à parede torácica, resultando em menor risco de infecção e menor permanência hospitalar.
No câncer de pulmão, especialmente nos estágios iniciais, a cirurgia minimamente invasiva tem se tornado gradualmente a estratégia padrão quando há indicação cirúrgica e anatomia favorável.
Fale com o especialista!
Se você deseja saber mais sobre as técnicas de cirurgia minimamente invasiva VATS e RATS para o tratamento de doenças torácicas, entre em contato pelo telefone ou pelo formulário disponível no site.
Eu, Dr. Gustavo Bandeira, cirurgião torácico com mais de 20 anos de experiência, estou à disposição para atendê-lo!
Por Dr. Gustavo Bandeira
Cirurgião torácico com especialidade em Cirurgia Torácica Robótica