Conheça todos os riscos associados ao uso de cigarros eletrônicos, também conhecidos como vape!
Por trás de uma roupagem moderna e aparentemente descolada e inofensiva, os cigarros eletrônicos, também conhecidos como vapes, escondem riscos gravíssimos à saúde da população.
Essa nova onda dos cigarros eletrônicos vem atraindo os jovens no Brasil e no mundo. Por aqui, apesar de proibidos, os vapes já fazem parte de um mercado bilionário.
De acordo com uma pesquisa do IPEC, o número de usuários do dispositivo quadruplicou em nosso país entre 2018 e 2022, passando de 500 mil para 2,2 milhões de fumantes.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) também apontaram o crescimento dos vapes no mundo.
Entre 2011 e 2021, o número de usuários desses dispositivos passou de cerca de 7 milhões para mais de 80 milhões de pessoas.
No Brasil, a venda de dispositivos eletrônicos para fumar é proibida pela ANVISA desde 2009. Ainda assim, mais de 16% da população entre 13 e 17 anos de idade afirma já ter experimentado o cigarro eletrônico.
De onde vem o problema, se existe uma legislação proibindo a comercialização, importação e propaganda de cigarros eletrônicos no Brasil? A resposta está na facilidade de compra destes dispositivos pela internet.
Além disso, a ampla oferta de sabores e a crescente popularização dos vapes entre os jovens, especialmente em festas, baladas e redes sociais, têm contribuído para o aumento da preocupação das autoridades em relação à circulação destes cigarros no país.
Neste artigo, quero, como médico, fazer um alerta aos pais, responsáveis e jovens: o cigarro eletrônico é tão prejudicial quanto o cigarro convencional, com o agravante de os dispositivos vendidos no mercado paralelo brasileiro possuírem metais pesados em seus circuitos elétricos, como alertou uma pesquisa inédita do Laboratório de Química Atmosférica da PUC Rio.
Segundo o estudo, vários vapes analisados no Brasil contavam com cobre, níquel, estanho e zinco em níveis muito acima do esperado para qualquer tipo de material inalado por um ser humano.

Vamos entender mais sobre o assunto a seguir!
O que é e como funciona o cigarro eletrônico?
O cigarro eletrônico é um dispositivo portátil que funciona por meio de uma bateria recarregável. Ele aquece um líquido, conhecido como e-líquido ou juice, transformando-o em aerossol, que o usuário inala.
Esse líquido contém, na maioria dos casos, nicotina, além de solventes como propilenoglicol e glicerina vegetal, aromatizantes e, por vezes, contaminantes como metais pesados e compostos cancerígenos.
A principal diferença entre o cigarro eletrônico e o cigarro tradicional está no método de liberação das substâncias químicas.
Enquanto o cigarro comum queima o tabaco, liberando fumaça e mais de 7 mil substâncias tóxicas, o eletrônico aquece o líquido sem combustão, gerando vapor. Porém, isso não significa que seja inofensivo.
Um estudo publicado no Journal of the American Heart Association, em 2022, revelou que o vapor do cigarro eletrônico contém substâncias que provocam estresse oxidativo e inflamação pulmonar, aumentando o risco de doenças respiratórias e cardiovasculares.
Diferença do cigarro eletrônico para o cigarro comum
A percepção de que o cigarro eletrônico é mais seguro vem principalmente da ausência de combustão. Entretanto, essa ideia não corresponde à realidade.
Na verdade, a diferença do cigarro eletrônico para o cigarro comum reside principalmente na forma como a nicotina é administrada e nas substâncias resultantes do uso.
O cigarro comum produz alcatrão, monóxido de carbono e uma série de substâncias carcinogênicas diretamente associadas a doenças como o câncer de pulmão e enfisema pulmonar.
Já o cigarro eletrônico, embora livre de alcatrão, contém solventes químicos que, quando aquecidos, liberam formaldeído e acroleína, substâncias potencialmente cancerígenas.
Além disso, muitos dispositivos oferecem altas concentrações de nicotina, que podem gerar uma dependência ainda mais intensa.
Então, o cigarro eletrônico faz mal à saúde?
Sim, há um consenso científico de que o cigarro eletrônico faz mal à saúde. O uso contínuo destes dispositivos aumenta o risco de doenças pulmonares, lesão pulmonar associada ao uso de vape, doenças cardiovasculares, como hipertensão, além de impactos no desenvolvimento neurológico de adolescentes.
Adicionalmente, os cigarros eletrônicos podem desencadear processos inflamatórios no trato respiratório e aumentar a chance de o usuário desenvolver arritmias e câncer de pulmão.
Por que o cigarro eletrônico é tão popular entre os jovens?
A popularidade do cigarro eletrônico entre adolescentes e jovens adultos pode ser atribuída a vários fatores.
Em primeiro lugar, o vape é oferecido no mercado com uma grande variedade de aromas, como frutas, doces e bebidas, o que torna o produto mais atrativo.
Além disso, o design moderno e discreto dos dispositivos, semelhantes a pen drives, facilita o uso em locais públicos e escolas, muitas vezes sem detecção.
A falsa percepção de que o cigarro eletrônico não faz mal também contribui para a sua aceitação social.
A presença ativa de influenciadores digitais promovendo esses produtos nas redes sociais, sem regulamentação, amplia ainda mais o alcance dos vapes, reforçando a ideia enganosa de que o uso é seguro ou “menos nocivo”.
Por isso é tão importante que falemos sobre este tema abertamente com os jovens. É preciso desmistificar a ideia de que os cigarros eletrônicos não causam danos à saúde.
Malefícios do cigarro eletrônico para o meio ambiente
Outro ponto importante que devemos destacar é que os malefícios do cigarro eletrônico vão além dos efeitos diretos à saúde.
O impacto ambiental também é significativo. Os dispositivos contêm plástico, metal e baterias de lítio, que são difíceis de reciclar e frequentemente descartados inadequadamente.
Segundo um relatório da United Nations Environment Programme (UNEP), o lixo eletrônico é a categoria de resíduos que mais cresce no mundo, com a previsão de alcançar 75 milhões de toneladas até 2030.
O descarte incorreto de cigarros eletrônicos e seus componentes contribui para essa estatística, gerando a contaminação do solo e da água com metais pesados e produtos químicos tóxicos.
Além disso, os resíduos de cartuchos e refis usados representam um risco adicional de poluição plástica, agravando a crise ambiental já existente.
Políticas públicas e ações de combate ao uso de cigarro eletrônico
Diversos países têm implementado políticas rigorosas para combater o uso indiscriminado de cigarros eletrônicos.
No Brasil, a ANVISA mantém, desde 2009, a proibição da fabricação, comercialização e importação desses dispositivos, mas a fiscalização enfrenta desafios diante do mercado ilegal e da facilidade de aquisição pela internet.
Na União Europeia, há uma regulamentação estrita sobre a composição dos líquidos e limites de nicotina, enquanto países como Austrália e Singapura adotaram políticas de proibição total.
Organizações como a OMS recomendam a proibição da publicidade de cigarros eletrônicos, a inclusão de advertências sanitárias nos produtos e a proibição de sabores atrativos para os jovens.
Essas medidas visam reduzir a iniciação e o consumo, principalmente entre adolescentes, grupo mais vulnerável aos danos causados pela nicotina.
Cirurgia robótica: aliada no diagnóstico e tratamento precoce de doenças pulmonares
Com o aumento do consumo de cigarros eletrônicos, o que podemos esperar é um crescimento também no número de diagnósticos de doenças pulmonares.
Hoje, a cirurgia robótica aparece como uma importante aliada no diagnóstico e tratamento dessas doenças, especialmente entre os pacientes fumantes.
Este tipo de procedimento minimamente invasivo utiliza sistemas computadorizados e braços mecânicos altamente precisos, controlados por cirurgiões especializados.
O sistema permite que o médico opere com visão tridimensional ampliada, extrema precisão e movimentos mais delicados que os da mão humana.
No contexto das doenças pulmonares, a cirurgia robótica facilita a realização de biópsias pulmonares, ressecções de nódulos e até lobectomias, com menor agressividade ao organismo.
Além disso, a tecnologia tem permitido o desenvolvimento de procedimentos diagnósticos mais precoces e seguros, como a biópsia pulmonar assistida por robô, que identifica alterações nas vias aéreas e lesões pulmonares em estágios iniciais.
Entre as principais vantagens da cirurgia robótica, estão:
- Menor tempo de internação hospitalar;
- Menor perda sanguínea;
- Recuperação mais rápida e com menos dor;
- Menor risco de infecção;
- E maior precisão na remoção de tumores ou áreas comprometidas.
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