Saiba quais são os fatores ambientais e genéticos que aumentam o risco de câncer de pulmão
Muitas pessoas ainda pensam que o hábito prolongado do tabagismo é a única causa do câncer de pulmão, mas isso não é verdade.
Um caso recente que comoveu a região do Vale do Paraíba acendeu o alerta para outros fatores de risco que devem ser monitorados.
Um apresentador e influenciador digital foi diagnosticado com câncer de pulmão e passou por cirurgia para a retirada do tumor. Em vídeo publicado nas redes sociais, o apresentador explicou que nunca fumou, mas que tem em sua família dois casos de câncer de pulmão.
Ao nos depararmos com relatos como este, vemos que o fator genético também é importante como fator de risco, e não deve ser ignorado.
Portanto, pessoas que possuem parentes próximos, como pai, mãe e tios diagnosticados com este tipo de câncer devem manter um acompanhamento preventivo.
O objetivo deste artigo é informar a população sobre todos os fatores de risco para o câncer de pulmão, além do tabagismo.
Quais são os principais fatores de risco para o câncer de pulmão?
Dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer) indicam que, em 2025, o Brasil terá 32,5 mil novos casos de câncer de traqueia, brônquio e pulmão. Dessa lista, o câncer de pulmão é o mais comum e frequente entre a população.
A estimativa é que o câncer de pulmão seja o terceiro mais comum em homens e o quarto entre as mulheres no Brasil.
Obviamente, o tabagismo e a exposição passiva à fumaça do cigarro são os principais fatores de risco da doença, mas existem outros que também devem ser considerados.
De forma geral, a exposição ambiental, a predisposição genética e a poluição urbana também são fatores que elevam as chances de desenvolver a doença.
Como cada fator de risco aumenta o risco de câncer de pulmão?
O câncer de pulmão é uma das principais causas de morte por câncer no mundo. Embora o tabagismo seja o fator de risco mais conhecido, estando presente em cerca de 85% dos casos, existem outros elementos que também contribuem para o desenvolvimento da doença.
Veja abaixo quais são os fatores de risco e como eles agem:
1. Fatores ambientais e ocupacionais
A exposição prolongada a substâncias tóxicas no ambiente de trabalho ou em casa pode aumentar o risco de câncer de pulmão.
De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), entre 17 a 29% dos casos de câncer de pulmão estão relacionados à exposição ocupacional, ou seja, a ambientes de trabalho insalubres e com fumaças e substâncias tóxicas. Entre elas, destacam-se:
Amianto (asbesto): encontrado em construções antigas, o amianto pode liberar fibras cancerígenas quando manipulado ou deteriorado.
Radônio: gás radioativo natural que pode se acumular em ambientes fechados, especialmente em áreas com solo granítico.
Arsênio, níquel e cromo: metais pesados presentes em alguns ambientes industriais.
Fumaça passiva: pessoas que convivem com fumantes também estão expostas aos efeitos nocivos do cigarro. Aqui, vale destacar que o cigarro eletrônico e o uso regular de maconha também aumentam as chances de desenvolver câncer de pulmão.
2. Poluição do ar
A poluição atmosférica, especialmente a proveniente de veículos, indústrias e queimadas, contém partículas finas que, ao serem inaladas, provocam inflamações e alterações celulares nos pulmões, aumentando o risco de câncer.
3. Predisposição genética e histórico familiar
Indivíduos com histórico familiar de câncer de pulmão têm risco aumentado, mesmo que nunca tenham fumado. Isso pode estar relacionado a mutações genéticas hereditárias que afetam o controle do crescimento celular ou a capacidade do organismo de reparar danos no DNA.
4. Doenças pulmonares preexistentes
Pessoas com doenças pulmonares crônicas, como DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica) ou fibrose pulmonar, têm maior propensão a desenvolver câncer de pulmão, sobretudo se combinado com outros fatores de risco.
Prevenção e atenção aos sinais
Mesmo diante de fatores incontroláveis, como genética e poluição, adotar hábitos saudáveis, evitar o tabaco, manter o acompanhamento médico regular e estar atento a sintomas como tosse persistente, falta de ar e perda de peso inexplicada são passos fundamentais para a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de pulmão.
Manter um acompanhamento preventivo com um especialista é fundamental para diagnósticos precoces, especialmente no caso do câncer de pulmão, que costuma ser uma doença silenciosa e sem sintomas em estágios iniciais.
Infelizmente, ainda hoje, apenas 16% dos casos de câncer de pulmão são diagnosticados precocemente. Por isso é tão importante falarmos sobre o assunto e destacarmos as formas de prevenção.
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Se você apresenta algum desconforto respiratório recorrente ou tem histórico familiar de câncer de pulmão, inicie um acompanhamento preventivo o quanto antes. Eu sou o Dr. Gustavo Bandeira, cirurgião torácico, especialista no tratamento cirúrgico para câncer de pulmão e outras doenças torácicas. Entre em contato e agende uma consulta!